Olá, au-migos e suas pessoas favoritas! Meu nome é Mel e sou uma labradora cheia de energia, com um faro incrível para biscoitos e um amor ainda maior por cochilos no sofá. Mas hoje, não vim aqui para falar de petiscos ou brincadeiras. Vim para ter uma conversinha séria, dessas que a gente não pode adiar, sabe? Vou explicar para vocês sobre algo que pode deixar a gente, as fêmeas caninas, muito doentinhas: a piometra.
Sei que o nome parece complicado, tipo um daqueles feitiços de bruxa que a gente vê nos filmes. “Pi-o-me-tra”. Mas não se assustem! Eu prometo que vou explicar tudo direitinho, com a paciência que só um bom cafuné na barriga pode inspirar. E, o mais importante, vou falar como uma cachorra que já viu algumas amigas passarem por isso e que quer que as suas pessoas saibam como nos proteger.
O que é essa tal de piometra, Mel?
Imaginem só: nós, cadelas, temos um útero, assim como as mulheres. É um órgão superimportante que fica lá dentro da nossa barriga, quietinho, esperando a hora de, quem sabe, abrigar uns filhotinhos. Mas, às vezes, a coisa desanda. A piometra é uma infecção grave que acontece nesse útero. É como se ele virasse uma “casa de bactérias” e começasse a acumular pus lá dentro. E acreditem, pus não é algo que a gente queira ter acumulado em lugar nenhum!
Pensem no útero como uma bexiga. Ele deveria estar limpinho e vazio, ou então com filhotinhos crescendo felizes. Mas na piometra, essa bexiga se enche de um líquido fedorento e cheio de germes, que é o pus. Isso acontece por causa de um desequilíbrio hormonal que rola dentro da gente depois de alguns cios.
Mas por que isso acontece? Eu não entendi bem essa parte, Mel…
Ah, essa é a parte chatinha de explicar, mas vou tentar ser clara. Sabe quando a gente entra no cio? Aquela fase que ficamos mais “charmosas” e atraímos os rapazes da vizinhança? Pois é. Nesse período, nosso corpo se prepara para uma possível gravidez. O útero, que eu falei antes, fica mais receptivo, suas paredes ficam mais grossas e cheias de glandulas. É como se ele estivesse forrando uma caminha bem confortável para os futuros bebês.
O problema é que, se a gente não engravida, ou mesmo se engravida e depois os filhotes não vêm, essas mudanças hormonais podem causar um problemão. O útero, que estava todo preparado, pode não conseguir voltar ao normal completamente. Ele fica ali, um pouco “aberto” e vulnerável, e algumas bactérias que vivem normalmente na nossa região íntima, podem acabar entrando lá e fazendo a festa. É como se a porta da casa ficasse aberta para os invasores.
E o que acontece quando essas bactérias entram e encontram um ambiente quentinho e úmido? Elas se multiplicam, e aí começa a festa do pus! O corpo tenta lutar contra a infecção, mas muitas vezes não consegue sozinho.
Existem dois tipos de piometra, ouvi dizer…
Exatamente! Vocês estão espertos! Existem dois tipos de piometra, e é importante que suas pessoas saibam a diferença, porque a forma como a gente vai mostrar que está doente pode ser diferente.
- Piometra Aberta: Esse é o tipo que, às vezes, é um pouco mais fácil de perceber. Lembra que eu falei que o útero fica “aberto”? Pois é, nesse caso, o colo do útero (que é como a porta dele) continua um pouco aberto. Isso permite que o pus saia, e suas pessoas podem notar uma secreção com cheiro ruim saindo da nossa vulva (aquela parte de baixo do nosso rabo, sabe?). Às vezes, o pus é amarelado, outras vezes meio marrom, e pode ter um cheiro bem desagradável. É como se a gente estivesse “vazando” um líquido estranho. Se suas pessoas virem isso, é um sinal de alerta gigante!
- Piometra Fechada: Ah, essa é a mais perigosa, na minha opinião. Na piometra fechada, o colo do útero está… adivinhem? Fechado! Isso significa que o pus não tem para onde ir e fica todo acumulado lá dentro da nossa barriga. O útero começa a inchar, inchar e inchar, como um balão cheio de água suja. E como o pus não consegue sair, as toxinas produzidas pelas bactérias começam a ser absorvidas pelo nosso corpo, nos envenenando por dentro. Esse tipo é mais difícil de identificar logo de cara, porque não tem a secreção visível, e a gente pode ficar muito doente muito rápido. É uma emergência médica de verdade!
E como a gente mostra que está com essa encrenca, Mel? Quais são os sinais?
Essa é a parte crucial, au-migos. Nós, cachorras, somos mestres em esconder que não estamos bem. É instinto! Na natureza, mostrar fraqueza significa virar alvo. Mas quando a gente está com piometra, a coisa fica tão feia que é difícil disfarçar. Seus tutores precisam ficar de olho em qualquer um desses sinais, especialmente se já passou um tempinho desde o último cio:
- Bebendo muita água e fazendo muito xixi: Parece que a gente nunca se sacia, não importa o quanto a gente beba. E, claro, se a gente bebe mais, a gente faz mais xixi.
- Falta de apetite: Sabe aquela tigela de ração que a gente costuma devorar em segundos? Na piometra, ela pode ficar intocada. E a gente até pode recusar aqueles petiscos que a gente ama de paixão!
- Vômitos e diarreia: O corpo tenta se livrar do que está nos fazendo mal, e isso pode se manifestar com vômitos frequentes ou diarreia.
- Barriga inchada: Especialmente na piometra fechada, a barriga pode ficar visivelmente maior e mais dura por causa do útero cheio de pus.
- Apatia e desânimo: A gente fica sem energia, sem vontade de brincar, de passear. Queremos só ficar quietinhas, deitadas, sem muita interação. O rabo não abana, os olhinhos podem estar tristes.
- Febre: Nosso corpo fica quente, e a gente pode tremer um pouco.
- Lamber excessivamente a região íntima: Se a piometra for aberta, a gente pode ficar lambendo muito a vulva para tentar se limpar, já que está saindo a secreção.
- E, claro, a secreção: Seus humanos precisam prestar atenção se está saindo algum líquido estranho e fedorento da nossa parte de trás. Isso é um sinal CLARÍSSIMO de que algo está muito errado.
Esses sinais podem aparecer sozinhos ou combinados. E o pior é que, no começo, a gente pode parecer só um pouco “diferente”. Mas a piometra avança rápido e pode nos levar a um estado muito grave, com risco de vida!
E o que as pessoas devem fazer se desconfiarem de piometra? É uma emergência?
SIM! SIM! E SIM! Se suas pessoas desconfiarem de qualquer um desses sinais, elas precisam nos levar ao veterinário imediatamente. Não dá para esperar, não dá para “ver no dia seguinte”. A piometra é uma emergência. Eu diria que é tipo um incêndio dentro da gente. Quanto antes apagar, menos estragos faz.
O veterinário vai nos examinar, fazer perguntas sobre o nosso histórico (se a gente já teve cio, se é castrada, etc.), e provavelmente vai pedir exames de sangue e um ultrassom da barriga. O ultrassom é superimportante porque mostra o útero e se ele está inchado e cheio de pus. É como se ele tirasse uma foto da nossa barriga por dentro e visse o problema.
Tem como evitar essa coisa horrível, Mel?
A melhor notícia que eu posso dar para vocês, au-migos, é que SIM, tem como evitar a piometra! E a solução é bem simples e definitiva: a castração!
Quando a gente é castrada, o veterinário remove nossos ovários e nosso útero. Ou seja, se não tem útero, não tem onde a piometra se instalar! É como se ele tirasse a “casa de bactérias” antes mesmo que ela possa existir.
A castração é a forma mais eficaz de proteger a gente não só da piometra, mas também de outros problemas de saúde sérios, como tumores de mama. Além disso, a gente para de ter cio, o que é ótimo para evitar gestações indesejadas e aquelas escapadinhas com os namoradinhos da rua. É uma cirurgia que, feita por um bom profissional, é segura e nos traz uma vida muito mais saudável e tranquila.
Sei que algumas pessoas têm receio da castração, e eu entendo. Ninguém quer ver a gente passando por uma cirurgia. Mas acreditem em mim, o risco de uma piometra é muito, mas muito maior e mais grave do que o da castração. É um ato de amor e de responsabilidade com a nossa saúde.
E se a gente não for castrada, o que acontece?
Se a gente não for castrada, o risco de desenvolver piometra aumenta a cada cio que a gente tem. É como se cada cio fosse um pequeno “convite” para as bactérias. Cadelas mais velhas, que já tiveram vários cios, são as que correm o maior risco, mas até as novinhas podem ter. Não tem idade certa para a piometra aparecer depois de alguns cios.
Recapitulando para não esquecer, au-migos:
- Piometra é uma infecção grave no útero que acumula pus.
- Acontece por desequilíbrio hormonal depois do cio.
- Pode ser aberta (com secreção visível) ou fechada (sem secreção, mais perigosa!).
- Fiquem de olho em: beber e fazer muito xixi, falta de apetite, vômitos, diarreia, barriga inchada, apatia, febre e secreção vulvar.
- Corram para o veterinário imediatamente se desconfiarem! É uma emergência!
- A castração é a melhor forma de prevenir e nos dar uma vida longa e feliz.
Então, minhas pessoas amadas, se vocês têm uma fêmea não castrada em casa, conversem com o veterinário de vocês sobre a castração. É a melhor forma de garantir que a gente possa continuar correndo atrás de bolinhas, pedindo carinho e sendo as melhores amigas de vocês, sem a sombra dessa doença terrível.
Agradeço por terem me escutado com atenção. Agora, se me dão licença, acho que ouvi o barulho da sacola de biscoitos… Lambeijos e ronrons para todos!